segunda-feira, 29 de março de 2010

Alice no País do Green Screen

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/f/ff/Alice-In-Wonderland-Theatrical-Poster.jpg

Título: Alice In Wonderland
De: Tim Burton
Com: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Crispin Glover, Stephen Fry, Michael Sheen

Alice In Wonderland, o novo rebento da imaginativa mente de Tim Burton, é, acima de tudo, um deleite visual. Esta nova febre pelo 3D tem subido à cabeça de muita, mas mesmo muita gente e quem ganha é Burton, depois de nos trazer uma amálgama das duas obras mais conhecidas de Lewis Carroll, (ou Charles Dodgson para os puritanos) Alice's Adventures in Wonderland e Through The Looking Glass, and What Alice Found There. Em termos da imagética Burton é um mestre como não há muitos! Mas Alice é uma película tão impregnada de clichés infantis (não fosse este filme da marca Disney) e performances que roçam o over-the-top que é impossível não esboçar um leve bocejo. Mia Wasikowska, a relativamente desconhecida heroína, trás alguma frescura mas vai-se perdendo pelo caminho, lá pela metade do filme, em direcção à obscuridade. Johnny Depp procura mais do que lhe é pedido e acaba por ser a grande decepção do filme. Anne Hathaway, acabadinha de vir de uma nomeação para Melhor Actriz nos óscares de 2009, depois de uma belíssima exibição em Rachel Getting Married, é não mais que um nome para encher cartazes e traz-nos uma absurda e aborrecida White Queen. É em Crispin Glover e Helena Bonham Carter que o filme ganha algum fôlego. Bonham Carter é, de facto, aquela que carrega o filme às costas, de forma carismática e pujante no papel da Red Queen. Glover, por seu turno, trás-nos um Knave of Hearts mau como as cobras. Se há actor que seja especialista a trazer ao grande ecrã vilões icónicos, esse actor é Crispin Glover. Mais uma exibição brilhante de um actor um pouco esquecido pelas grandes produções. Destaque ainda para Matt Lucas, o co-criador de Little Britain, que nos trouxe o par de gémeos Tweedledee e Tweedledum duma forma espectacularmente cómica. Para mim, duas das personagens mais bem conseguidas do filme.
O argumento de Linda Woolverton, a mesma que nos trouxe o magnífico The Beauty and The Beast, é absolutamente intragável. Clichés, desenlaces apressados, pouca exploração de grande parte do role de personagens, demasiada exposição de outras,(inclua-se o Mad Hatter de Depp) enfim, uma trapalhada que deixa mácula visível no filme.
No geral, Alice in Wonderland, não deixa de ser um filme agradável mas uma obra menor de um realizador que já nos trouxe outras pérolas com menos recursos.

Overall:3/5

Alberto S.

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